CAMPEONATO MUNDIAL UIM
DE FORMULA 1 POWERBOAT 2008
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as etapas do Mundial 2008.
GP de Abu Dhabi
JAY PRICE
É CAMPEÃO COM VITÓRIA EM ABU DHABI
Não foi surpresa o nome do novo
Campeão Mundial UIM de F1H2O, Jay Price, o americano
da Louisiana, 50 anos, primeiro piloto do Qatar Team
barbarizou e venceu o campeonato 2008, faltando ainda
uma prova para o término da temporada. A vitoria
em Abu Dhabi (capital dos Emirados Árabes Unidos)
não veio solteira, com o tempo de 47.99, Price
estabeleceu a Pole Position facilitando sua estratégia
de administrador total da corrida. Conseguiu, largou
na ponta e administrou seus oponentes com uma grande
categoria.
“Para o Qatar foi um grande passo
a ser seguido por suas outras equipas de motonáutica”,
afirmou H.H. Sheihk Hassan Bin Jabor Al Thani, por telefone
após a grande conquista da sua equipa na F1H2O
nos Emirados. Falando de Dubai, onde acabara de fazer
a Pole Position para prova de Class One Powerboat, o
maior incentivador e investidor na Motonáutica
mundial, não poderia estar mais contente. No
QATAR, maior produtor de gás do mundo, a crise
mundial ainda está longe de afectar, mas os cuidados
já estão sendo tomados
Uma temporada marcada pela mudança
2008 vai ficar na história da
F1H2O, como o ano da grande virada, não somente
por ser o segundo ano consecutivo que um novo nome desponta
como campeão, mas principalmente pelo facto de
que, Jay Price, tem apenas duas temporadas completas
na categoria, apesar de ter estreado em 2003, sob os
cuidados da GHB International Sports Management nas
etapas de Sharjah e Abu Dhabi, com um barco Burgess/Mercury
da equipa Atlantic. Seus principais oponentes nessa
temporada eram fortes oponentes: o sueco Jonas Andersson
(segunda temporada na F1H2O), Ahmad Al Hameli (revelação
da temporada), Sami Selio (Campeão 2007 e piloto
veterano) e David Trask (veterano na classe). Nem mesmo
o super campeão Guido Cappellini conseguiu estar
ao nível desse grupo. Uma vitória na Finlândia
foi o único grande feito desse italiano mito
da motonáutica, detentor de nove títulos
na F1H2O. Thani Al Qamzi, primeiro piloto do Emirates
Team, mesmo com um novo DAC, não conseguiu obter
resultados, sendo seus únicos pontos conseguidos
com a terceira posição nessa etapa de
Abu Dhabi.
Regularidade faz a diferença
Jay Price só perdeu em 2008 em
um item: regularidade. Ficou em segundo lugar, pois
ainda faltando uma etapa, não há chance
de alteração nesse posicionamento. Price
terminou 6 das 7 realizadas. O grande vitorioso foi
o piloto francês Philippe Chiappe, segundo piloto
da equipa Atlantic. Chiappe terminou todas as provas
marcando pontos, foi penalizado em Portugal, mas mesmo
assim marcou pontos. Ocupa a sétima posição
com 33 pontos.
Vale darmos mais ênfase a esses dois pilotos,
pois eles representam de uma certa maneira “Le
Creme de la Creme” ou “The Best of the best”
ou “Os melhores dentre os melhores”, não
importa a língua, o que interessa são
os factos e esses são irrefutáveis. Esses
pilotos sabem tirar o melhor dos seus barcos, sem quebrar
os motores. Isso para sermos simplistas, não
vale a pena nos estendermos sobre temas técnicos
aborrecidos para o leitor. Não poderiam ser mais
adequados os dois nomes, porque um é o do Campeão
(e Campeão não se critica, só elogia),
mas o outro é um piloto batalhador incansável,
dedicado e sabe usar muito bem o seu equipamento. Chiappe
tem mais de 10 anos de experiência em F1H2O. Em
França, país de origem, participa de provas
importantes como as 24 Horas de Rouen. Por isso mesmo
sabe planear e aplicar bem a dose certa ao seu conjunto,
afinado para maior regularidade. Seu resultado é
até o momento de 100% de aproveitamento. Precisa
de um motor a sua altura e um barco vencedor. Para 2009
Chiappe está apostando no barco Moore e já
deve estar testando no início de Janeiro, apesar
de ter 2 barcos BABA.
Já vínhamos comentando desde o início
de 2008 sobre o alto índice de quebras durante
as provas, em média terminam entre 40 e 50% do
grid de largada, um índice elevadíssimo.
Dando exemplos reais, vejam os casos de Thani Al Qamzi,
Duarte Benavente, Guido Cappellini, Marco Gambi, Francesco
Cantando, Philippe Tourre, Yussel Al khulifi, porque
não terminam as provas?
Uma prova sem grandes destaques
Com o campeonato praticamente decidido
(refiro-me ao período antes da prova) o que pairava
no ar era um clima de “Dejá vu”,
ou melhor dizendo, vamos partir para outra porque essa
já perdemos……….e FEIO.
Vale nota a estreia dos pilotos italianos Daniele Martignogni
(novato) e Ivan Brigada na equipa Rainbow Team do ex-campeão
Fabrizio Bocca; o barco “novo” do piloto
português Duarte Benavente, um Dragon ou Burgess
ou o mesmo barco que não leva a lugar nenhum,
apesar com algumas diferenças significativas
(mais largo entre as lanças do catamaran, com
melhor distribuição de peso e uma construção
nova no interior do túnel, foram as mudanças
destacadas por Jonathan Jones, construtor do barco.
A saída de Massimo Ruggiero da equipa de Sami
Selio, não foi uma surpresa (vide nosso comentário
na edição do GP de Portugal); a volta
do piloto alemão Fabian Kalsow com um BABA/Mercury.
O certo mesmo e que ninguém gosta de perder,
nem em jogo de criança. Quando ficamos mais velhos
e “profissionais”, aí então
é um grande dilema, um milhão de desculpas
para tentar esconder a realidade que salta aos olhos
de quem conhece bem a motonáutica. A vitória
da equipa do Qatar foi uma grande conquista, mas muito
mais do que isso, mostrou que basta se organizar um
pouquinho (pois eles tem problemas sérios de
organização interna), ter um barco feito
de acordo com as características do piloto, um
bom motor e alguns segredinhos para deixar a concorrência
louca. Importante destacar que depois do Philippe Chiappe
que teve 100% de aproveitamento nas finalizações
o segundo foi Jay Price, mesmo arriscando mais, o piloto
conseguiu um motor equilibrado e rápido, com
muita resistência. Vamos agora para Sharjah, outro
dos Emirados Árabes Unidos, onde terá
lugar a etapa final do Mundial 2008, já com Jay
Price Campeão. O que esperamos de sua performance?
O que farão as outras equipas? O circuito de
Sharjah é excelente e podem haver surpresas.
Será??
O boom dos Emirados Árabes
Unidos faz o imaginário desaparecer
Em 2009 os Emirados Árabes Unidos comemoraram 37 anos
de união dos sete Emirados que formam o País (Abu Dhabi,
Dubai, Sharjah, Fujairah, Umm Al- Quwain, Ajman e Has
Al Khaimah). Mas o que hoje vemos nas cidades, não tem
nada a ver com o que foram realmente esses Emirados,
que unidos se tornaram em uma potência, graças as enormes
reservas de petróleo e gás. Com o enriquecimento meteórico
os Emirados Árabes Unidos resolveram mostrar ao mundo
que podem ter o que há de melhor e maior, mas nem com
todas as Palmeiras gigantes planejadas e construídas
com milhares de Dirhams (moeda do país), hotéis das
mil e uma noites, como o famoso Burj Al Arab em Dubai,
os milhares de prédios de 50 andares espalhados pelas
cidades, escondem uma civilização e uma cultura que
deve ser preservada a qualquer custo.
A religião muçulmana não radical, o alinhamento com
o Ocidente fazem dos Emirados Árabes Unidos uma Meca
para os investidores, e porque não dizer também para
os famosos bandidos, grupos de todos os tipos. O que
vale realmente é a forma com que cada Emirado se protege
dos párias e alavancam um progresso simplesmente inacreditável.
Meu primeiro dia nos Emirados foi em Abu Dhabi, em Dezembro
de 1995. Desde então tenho acompanhado ano a ano o desenvolvimento
desta cidade, assim como, Dubai e Sharjah. Conheci Fujairah,
Ajman e Kas AL Kaimanh, mas ainda falta Umm Al-Quwain,
para poder dizer que conheci todo o pais.
Entretanto, tenho algum conhecimento dos costumes e
admiro muito sua forma de vida. Acho mesmo que o progresso
e excesso de dinheiro atuou de forma negativa na essência
do verdadeiro Árabe da região. Seus costumes, sua comida,
seu jeito de ser com os amigos, o fechamento em clãs,
o posicionamento das mulheres, a fé incondicional, são
alguns dos mais importantes e fundamentais parâmetros
admiráveis na cultura árabe. Quando falo sobre os Árabes,
falo também, do Qatar, do Sultanato de Oman e do Kuwait,
que também conheci e trabalhei. Sendo originariamente
conotados como reinos (Sheihk doms), possuem características
diferentes em cada um dos países, e, mesmo dentro de
um só país podem existir várias diferenças.
Abu Dhabi
Capital dos Emirados Árabes Unidos, detém 85% do seu
território, é o Emirado mais rico, e, sem sombra de
dúvida, a cidade mais fascinante. Apesar do progresso,
que nos dois últimos anos (após o falecimento de H.H.
Sheihk Zayed Bin Sultan Al-Nahayan) tomou um ritmo acelerado,
propulsionado pelo filho herdeiro H. H. Khalifa bin
Zayed bin Sultan Al Nahyan, ainda mantém uma tendência
mais tradicionalista do que Dubai, que optou pela agressividade
de seus projetos e obras de grande potencialidade mediática.
Estar em Abu Dhabi é um estado de espírito, mesmo sendo
uma grande cidade, podemos andar a pé por quase todos
os seus bairros, obviamente o carro é o veículo mais
usado, sendo o táxi, para os estrangeiros, uma opção
extremamente barata. Mesmo com um ritmo totalmente diferente
de Dubai, Abu Dhabi vem crescendo com constância e a
Avenida beira-mar (The Corniche) já não tem nada a ver
com a que passei em 1995, quando pouco ou quase nada
do que hoje se vê existia. É uma sensação estranha acompanhar
a mudança e o crescimento de uma cidade, como acontece
em Abu Dhabi. O que era aqui ontem, pode não existir
mais amanhã, o fato de naquele exato lugar estar um
prédio maravilhoso e hightech, não soma nada ao negócio
que ali funcionava. Os novos e maravilhosos Shopping
Center praticamente exterminaram os Souk (antigas áreas
de comércio de rua realmente árabe). Nos primeiros anos
que fui a Abu Dhabi, o mais divertido era ir aos Souks,
desde comprar ouro verdadeiro ao relógio mais falsificado,
tudo era super engraçado para os dois lados (comprador
e vendedor). A tradicional discussão pelo desconto no
produto, sempre dinâmica e teatral, era por demais agradável.
Sair de uma loja com o vendedor atrás com o seu produto
oferecendo mais um desconto era simplesmente genial.
Tudo isso acabou, infelizmente. Nos Shoppings os preços
estão como no Ocidente e não tem choro nem vela, ou
pago o valor escrito ou não leva. Enfim isso é a realidade
de hoje e todos estão “adorando”, mas até quando? Até
quando os árabes dos Emirados estarão dispostos a ceder
ao progresso?
Um pouco de história
Lendo alguns livros sobre os primórdios de Abu Dhabi
e da genialidade de H.H. Sheihk Zayed bin Khalifa of
Abu Dhabi que governou de 1855 a 1909, a quem os ingleses
pensavam que iriam subjugar, foi apelidado e conhecido
em toda região como “ZAYED THE GREAT”. Inicialmente
Sharjah era o emirado mais populoso e poderoso, tendo
sido superado por Abu Dhabi no final do século 19.
Em 1939 foram assinadas as primeiras concessões para
prospecção de petróleo com os ingleses, mas somente
foi descoberto 14 anos depois. Abu Dhabi começou a exportar
petróleo (crude oil) em 1962 e com o resultado das exportações
constantes, transformou-se do mais pobre no mais rico
dos emirados.
Por uma liderança natural, herdada de seu avô “Zayed
the Great”, o neto H.H. Sheihk Zayed Bin Sultan Al-Nahayan
conseguiu reunir de uma forma Federativa os sete emirados
em 10 de Fevereiro de 1972.
O que existe hoje de fato é uma liderança consolidada
por Abu Dhabi e vem lidando cuidadosamente com os problemas
surgidos como resultado da quebra mundial. Outros Emirados,
como o caso complexo de Dubai, totalmente alavancada
na construção e mega empreendimentos, viu-se pressionado
a frear drasticamente quase todos os projetos. Em Dezembro
2008, a ordem já era de suspender todos os projetos
em lançamento ( e não eram poucos), mas como concluir
os demais em fase de acabamento, como o caso do mais
alto prédio do mundo.
O certo é que entre os 7 Emirados existe um pacto de
força, de coexistência e de auto defesa, são um país
de paz, sem se descuidar com a sua segurança, principalmente
entre os radicais, que em suas terras não são bem vindos.
A crise há de passar, com certeza mais suave para os
Emirados Árabes Unidos, do que para o resto do mundo
e certamente lá voltaremos, para acompanhar o crescimento
desse tão jovem país de 37 anos, mas que em verdade
germinou em tempos idos de antes de Cristo.
Mesmo com sua morte permanece em cada esquina Uma das
particularidades dos árabes é a maneira de expor (ou
impor) o poder da imagem do seu governante. O exemplo
que mais salta aos olhos são as imagens nos mais diferentes
tipo de midia externa do falecido Sheihk Zayed Bin Sultan
Al-Nahayan. Sua imagem parece guardar a cidade, proteger
seus cidadãos e todos o adoram, sem exceção.
Fotos do Treino
Fotos da grande divulgação do evento
Fotos da cidade maravilhosa de Abu Dhabi
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